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… Até à lua

… Até à lua

desabafos que não posso ter contigo ...

O pássaro.

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Hoje preferi não fazer nada … na verdade, tenho várias coisas em que pensar, textos para escrever, outros para estudar mas não não me apetece nada disso. Bem sei que me vou arrepender, enfim. Coloquei os phones e simplesmente, caminhei…caminhava em direcção ao forte de copacabana, talvez para almoçar, talvez para tomar um matte… e ainda assim, se me arrependesse muito, pegaria nos textos e estudava. Ao passear pelo calçadão, o mar chamava por mim. Não o sentia revoltado, acredito que não houvesse mesmo motivo para estar. Estendi o páreo, aqui chamam de canga (tinha acabado de a comprar a uma moça que estava vendendo no calçadão. Como disse não estava contando vir à praia mas tinha trazido o bikini) . Deitei-me e escolhi a banda sonora: Los Hermanos.

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Deitada, observava o céu e avistei um bando de pássaros. Todos voavam na mesma direcção… (Os pássaros andam em bando e quanto a isso, tudo normal), mas algo de errado se passava com um deles. Ele mudou a direcção repentinamente e voava contra todos os outros. O que é que o poderia ter levado a tomar aquela decisão e mudar o sentido da sua viagem? Talvez já conhecesse o destino e não estivesse interessado, talvez fosse uma espécie de “ser humano com asas” que nunca está bem no lugar onde está. Não sei. Confesso que achei interessante este exercício de me colocar na cabeça daquele pequeno pássaro e tentar imaginar as motivações que o levaram a recusar seguir o bando. Tudo é imprevisível, até mesmo este pássaro, que de onde o avistava parecia ter o tamanho de uma formiga. (comparar um pássaro a uma formiga também me parece ridículo).

Tomei este momento como uma metáfora para a vida: Caminhar todos na mesma direcção sem espaço para o imprevisto, para o o imprevisível pode deixar-nos altamente vulneráveis, dependentes e indiferentes. 

 

Marlene Barreto Frazão

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